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Aniversário da Reforma Protestante – O que Lutero deve ter pensado?

Imagino como foi o mês de outubro de 1517 para Martinho Lutero. Ele, um sacerdote católico bem-sucedido, amado pelas pessoas, inteligente, com uma carreira bem encaminhada. Uma pessoa importante em sua cidade e região. Carismático e agregador. As pessoas gostavam de ouvi-lo e davam valor às coisas que ele falava.

Há algum tempo, talvez alguns anos já, ele estava incomodado com o que estava estudando na bíblia em comparação com o que ele via na igreja e na sociedade. Os interesses políticos se misturavam com os religiosos. A sociedade não ia bem. As pessoas professavam Jesus mas estavam afastadas d’Ele. E muitos nem sabiam disso. Ele precisava contar que as pessoas não seriam salvas comprando o perdão de Deus através de boas obras e doações financeiras.

Mas isso iria romper com algumas doutrinas importantes da igreja da época e, acabaria por colocá-lo em risco de ser afastado do sacerdócio, da igreja, da comunidade, perder prestígio, salário, carreira. Naquele momento, trazer a público a verdade era qualquer coisa menos conveniente a ele. Chega outubro de 1517. Ele precisa tomar uma decisão.

Alguns amigos próximos já sabem do dilema dele. Talvez alguns o incentivam enquanto outros pedem cautela. Tem muita coisa em jogo. A verdade libertará muitas pessoas, mas o custo pessoal disso pode ser catastrófico. Por que não se omitir? Por que não cuidar da própria vida? Será que isso é sua responsabilidade? Talvez se ele fosse o Papa, sim, mas ele é apenas um Padre. Será que Deus vai cobrar isso dele?

Ao longo do mês ele organiza seus pensamentos em um papel. Esses pensamentos acabam formando 95 afirmações que organizam uma proposta de mudança do sistema, de reforma da igreja e, mais importante, da vida das pessoas com Deus. A salvação dada pela Graça de Deus é alcançada pela Fé, baseada apenas nas informações da bíblia sobre a vida de Jesus, que aponta para a Glória de Deus.

Sexta-feira, 30 de outubro! O documento está pronto, redigido, conferido. Talvez naquela noite Lutero faz uma última oração pedindo a Deus coragem para fazer o que está para fazer. Ele reafirma que Deus é o seu castelo forte, sua proteção. Sobem ao seu coração coisas como “porque você não desiste? Você vai perder tudo, família, bens, poder! Talvez a sua vida se vá!” Um momento de grande tentação! Mas ele se lembra! Tudo começou quando ele leu o que Paulo escreveu em Romanos: o justo viverá pela Fé! Fé de que Deus a luta vencerá, que Cristo é a sua defesa e que ele prometeu o Seu Reino. Mais uma vez o grande acusador dos servos do Senhor cai. Lutero dorme decidido.

Manhã do dia 31/10/1517, um sábado de outono frio, nublado. Lutero se dirige até à porta da igreja do Castelo de Wittenberg. Não como uma forma de provocação, ali era o principal lugar de passagem das pessoas na cidade, era o mural de anúncios. Ele prega suas teses, em latim. No início ninguém consegue entender direito o que o querido Padre tinha escrito ali. Aos poucos, alguns outros padres, advogados, médicos, nobres começam a se aglomerar e ler o que está escrito. São eles que começam a espalhar a nova doutrina (ou será a velha doutrina esquecida?). Alguns indignados e revoltados, outros admirados e animados com o descobrimento de uma nova vida com Deus. A vida de Lutero nunca mais é a mesma. A vida da Igreja de Jesus ganha um novo fôlego!

IgrejaBetania

Ser uma igreja diferente – que pessoas sem igreja amem participar.

Este post tem um comentário

  1. Rumenig Pires

    Quando pensamos nos grandes heróis da fé, muitas vezes imaginamos pessoas perfeitas e esquecemos que eles eram gente como a gente.

    Gostei muito dessa dramatização por causa disso: nos faz pensar que o corajoso ato de Lutero deve ter sido precedido pelas mesmas hesitações que nós temos ao dar passos mais ousados na caminhada da fé (como quando nos tornamos cristãos a primeira vez, ou quando vamos abraçar um novo ministério mais desafiador, ou quando temos que assumir um posicionamento que pode nos custar a reputação).

    Todos esses notáveis homens de fé cometeram erros e tinham falhas, mas fizeram grandes coisas apesar disso.

    Assim como nós, apesar de nossos problemas e hesitações, também podemos fazer a diferença em nossa realidade a partir dos dons que Deus nos deu.

    Que a Reforma nos sirva de inspiração!

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